Essa é a conclusão do jornalista Pablo Miyazawa em seu blog GAMER.BR
"Fique claro, não sou “a favor” de qualquer empresa fabricante de videogames, muito menos sigo as agendas políticas de tais empresas. Também não sou partidário nem favorável aos preços aplicados no Brasil por essas mesmas empresas.
Também os acho errados, injustos e inadequados à nossa realidade. E também tenho a impressão de que essas empresas não nos revelam toda a verdade quando se trata de explicar o porquê desses preços cobrados. Será que um dia já o fizeram?
Então, reafirmo – não estou assinando embaixo das decisões da Sony, da Microsoft ou da Nintendo. Eu as questiono tanto quanto você. O fato é que minha aproximação com o assunto é a do jornalista que procura compreender sobre o que está falando. Para isso, é preciso apurar, investigar, questionar, entender. E esse tem sido o meu enfoque para com o assunto, assim como o de outros colegas de profissão.
Cada profissional trabalha da maneira que lhe parece adequada, e é isso que venho fazendo.Agora o outro ponto polêmico da discussão: Videogame não é produto de massa.Por que no Brasil videogame não é produto para as massas? Porque a indústria assim posiciona esse produto no mercado.
Não é uma opinião minha simplesmente – me baseio no fato de que nenhum videogame “de ponta” jamais foi lançado no Brasil por um preço acessível. Foi assim com o Atari da Polyvox, com o Master System e o Mega Drive da Tectoy, o Phantom System e os derivados do Nintendinho de diversas empresas; com o Super NES e o N64 da Playtronic (assim como o Game Boy e seus primos); e com o GameCube da Gradiente Entertainment.
Nenhum desses consoles, na época de seus lançamentos, apresentou um custo que pudesse ser adquirido sem crises ou reclamações pela classe média (levando em conta as flutuações de câmbio, a situação econômica em cada época, como é definido o conceito de “classe média” etc – você entendeu o ponto). E nem é preciso citar o Xbox 360, lançado em dezembro de 2006 a meros R$ 2999,00.
Será que ficou claro? Se não, a gente pode ir mais fundo. Mas acho que a graça desse tema é não ter solução definitiva. Não há nem um lado muito certo, nem muito errado. É uma discussão sempre válida, pontual, apaixonada e – felizmente (para quem curte uma discussão) -, infindável. E depois ainda há quem discuta a relevância dos videogames…"
Pablo Miyazawa
É jornalista e atua no mercado brasileiro de games desde 1996. É editor da revista Rolling Stone Brasil e colunista do Notícias MTV. Foi editor de publicações como EGM Brasil, Nintendo World, Herói e Clube, além de escrever para títulos como Folha de S.Paulo, Play, Set e MTV
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